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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

[X] Caminhar


Passado denso:
Um olhar todo disperso pelo caos e palpitando fortes emoções. Também a voz está clamando insistentemente, nos vãos dos corações...


Presente procedente:
A mente que estava travada e enclausurada foi emancipada através de um protesto confiável a partir de um só indefinido...


Futuro circular:
É aquele que tem por irmã a loucura de uma alma abatida e por mãe, a ternura fortalecida...


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Texto baseado no poema "Caminho além do caminho"

domingo, 30 de dezembro de 2012

[IX] Noite de domingo



E nessa incrível noite de domingo, me despeço quase dormindo, pois o amanhã é agora, e a madrugada já diz que a nossa aurora tem a sina de acordar sorrindo.


(Erlan Ribeiro)

sábado, 29 de dezembro de 2012

[VIII] Olhar


Olhar para rua... calmaria...

Olhar para o céu... harmonia...

Olhar para o nada... agonia...

Olhar para si... alforria...

Olhar e não olhar... hipocrisia...

Olhar por olhar... apatia...

Olhar no olhar... simetria...

Pois, "quem não compreende um olhar, tampouco compreenderá uma longa explicação" (Mario Quintana).

[VII] Retorno à floresta "eu"


Retorno àquela mesma floresta chamada "eu". Caminho tranquilo por entre as árvores e encontro lugares calmos e sombras frescas. Repouso na maioria das vezes...

O sol continua brilhando forte, mas não seca nenhuma planta, pois todas estão protegidas por um solo úmido e que está próximo do rio com águas claras.

Uma tempestade passa longe da floresta e só se ouve ruídos de trovões bem distantes. De vez em quanto, uma garoa atinge o solo, pedras e plantas. Meus passos são agradáveis e de vez em quanto quase chego a escorregar, porém, consigo me apoiar calmamente em galhos de árvores e arbustos mais firmes. Em meio às gotas da garoa prevalece a calmaria.

O sol se põe, uma brisa leve e suave movimenta algumas folhas, o som é muito agradável. Não ouço mais relâmpagos pois a tempestade se distanciou por completo.

Não há medos, nem preocupações com os possíveis perigos da noite, pois não estou sozinho. A lua ilumina a floresta e as estrelas rasgam o véu da noite. Acendo uma fogueira e armo uma barraca. Com a luz e calor da fogueira, as feras não ousam se aproximar. A vida pulsa dentro do meu peito.

A noite termina e a claridade traz mais alegria... Meus dias são felizes!

As árvores têm mais cores e os pássaros cantam agradavelmente. A textura do solo, pedras e plantas tornam-se atraentes. As águas do rio servem para matar minha sede.
O tempo passa, ora lentamente, ora rapidamente... Tudo está em constante transformação!

O que posso notar nesta floresta é que tudo sempre foi normal e poderia trazer sempre efeitos positivos em minha vida. Em minha primeira visita, meus olhos se fecharam e eu optei por caminhar sozinho, mas agora, tudo se torna claridade, mesmo durante a noite... 

Claridade é viver sonhando na realidade e atingindo passos de felicidade!


(Luis Valério Prandel)

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Ler primeiro texto "Floresta 'eu'" (original) em: http://luisprandel.blogspot.com.br/2011/01/floresta-eu.html

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

[VI] Frase


Credo quia absurdum [Creio, mesmo que seja absurdo].

[V] Doutor

Hoje eu fui em uma clínica para fazer exame de vista para renovar minha carteira de motorista e a recepcionista disse que o doutor iria me atender. Eu poderia até dizer [ou pensar]: 

"Por obséquio, se tu és doutor, mostra-me o teu diploma de doutorado!... Assim, neste caso, eu poderia continuar ou não chamando-o de 'doutor'..."

[IV] Felicidade


O que vem a ser uma "simples realidade"?

[III] Devaneio


Lutei toda a minha vida contra a tendência ao devaneio, sempre sem jamais deixar que ele me levasse até as últimas águas. Mas o esforço de nadar contra a doce corrente tira parte de minha força vital. E, se lutando contra o devaneio, ganho no domínio da ação, perco interiormente uma coisa muito suave de se ser e que nada substitui. Mas um dia hei de ir, sem me importar para onde o ir me levará.


(Clarice Lispector)

[II] "Ultra-violência"

A violência tem origem individual ou coletiva?



Aqui posso citar uma consequência da violência [indivíduo(s) para com a sociedade e sociedade para com o(s) indivíduo(s)]:


[...] Quando acordei, eu estava ouvindo e esluchando música que saía da parede, gronque mesmo, e era isso que  tinha me arrancado assim do meu sono. Era uma sinfonia que eu conhecia muito horrorshow, mas que não tinha esluchado há muitos anos, a Terceira Sinfonia do veque dinamarquês Otto Skadelig, uma peça muito gronque e muito violenta, especialmente o primeiro  movimento, que era o que estava tocando no momento. Eu esluchei durante dois segundos assim com interesse e alegria, mas ai o troço todo desabou em cima de mim, o início da dor e do enjôo, e eu comecei a ficar com as quíchecas roncando fundo. E então, lá estava eu, que tanto tinha amado a música, engatinhando pra fora da cama, fazendo ai ai ai pra mim mesmo e depois tuque tuque tuque na parede e critchando: "Pára, pára, pára, desliga isso!" Mas continuou e parecia assim estar mais alto. Então eu esmurrei a parede até os nós dos dedos virarem crove vermelho vermelho e pele rasgada, critchando, critchando, mas a música não parava. Depois eu achei que tinha que fugir dela, então sai com dificuldade do quarto malenque e itei escorre pra porta da frente do apartamento, mas tinha sido fechada por fora e eu não podia sair. E o tempo todo a música ficava cada vez mais gronque, como se fosse uma tortura deliberada, ó meus irmãos. Então eu enfiei os meus  dedinhos bem fundo nos meus ucos, mas os trombones  e os tímpanos penetravam estourando, muito gronque. Então eu critchei novamente pra eles pararem e martelei, martelei, martelei na parede, mas não fez nem um malenquezinho de diferença. "Ai, o que é que eu faço?", buuuuuuuaa eu sozinho. "Ai, Bog do Céu, me ajuda!" Eu estava assim perambulando pelo apartamento inteiro, com dores e náuseas, tentando tampar a música e assim gemendo do fundo das tripas, e aí, no alto da pilha de livros e papéis e aquela quel toda que estava em cima da mesa da sala de estar, eu videei o que é que eu tinha  a fazer e o que tinha querido fazer até que aqueles velhos da Biblio Pública e depois Billyboy e o Tapado disfarçados de rodzes me impedissem, e era acabar comigo mesmo,dar a pitada, sumir deste mundo perverso e cruel.  O que eu videei foi o eslovo MORTE assim na capa de um panfleto, mesmo sendo apenas MORTE AO GOVERNO. E, como se fosse o Destino, tinha assim outro livrinho malenque que tinha uma janela aberta na capa e dizia: "Abra a janela para o ar fresco, para as idéias novas, uma nova maneira de viver." E aí  eu entendi que estava me sendo dito pra acabar com tudo pulando pra fora. Um momento de dor, talvez, depois o sono, pra todo o sempre. [...]  
(Anthony Burgess in "A Clockwork Orange")

Como dizem os psicólogos, "todos sentem raiva" (de maneira implosiva e/ou explosiva) e infelizmente, não sabemos como controlá-la e a violência, muitas vezes, torna-se inevitável e incontrolável (devaneios negativos, que afetam o próprio individuo e atingem a sociedade). 


[I] Primeiras Palavras


Simplesmente estas letras na tela me fazem bem... E talvez daqui algum tempo, elas não me agradem [seria instabilidade emocional?]...

Escrevo aqui para ter uma primeira postagem neste "blog", ou será "blogue"?, como eu vi em outros "blogues"... 

Aqui, adotarei a palavra "blogue" [aportuguesada], diferente de meu outro blogue. Enfim, isso não importa...

Diferente de meu outro blogue, serei sucinto nas postagens, por isso, usarei fontes grandes...

Usarei poucas cores... Quase tudo em preto e branco [porque a imagem dos meus sonhos não têm cores (?)]...