Nostálgica e solene, ufana e solitária,
As raízes na terra, a verde palma no ar,
No vasto descampado, é de ver-se a araucária
A torre vegetal dos ramos a elevar...
Sonha, talvez, possuir a ventura arbitrária
De haurir no éter azul, num hausto salutar,
A emanação de luz à vida necessária,
A árvore, a prumo erguida, o espaço a dominar.
Ascende para o céu, no sonho de glória,
Como se a própria seiva a obrigasse a crescer
Para anseio fatal da conquista ilusória...
E nessa aspiração é de vê-la verter,
Ao ver eternizar-se uma ânsia transitória,
Em lágrimas de mel, angústia do seu ser.
(Da Costa e Silva)